quinta-feira, 22 de outubro de 2009

7º parágrafo

O som estava alto e a pista cheia, numa noite de outono clássica, daquelas que nada é insuportavelmente quente e assustadoramente fria. Dançavam. E nessa noite decidiram que iriam morar juntos. Vou alugar um apartamento, Hein!?, VOUUU ALUGAR UM APARTAMENTOOO, gritou ele, Hmmmm, escutei, não grita, Onde?, Quero que tu more comigo!, Onde?, No apartamento que vou alugar. Sei, mas fica onde este apartamento?. Quero que você more comigo . Como? Não estou te escutando... saíram da pista e foram para o balcão do bar, ela pediu mais duas cervejas. Alice, você pode responder agora se quer morar comigo?. Hmmm... vamos embora, pega os casacos que te espero lá fora!. Ela ascendeu um cigarro, quando ele saiu pegou na sua mão e se olharam. Atravessaram a rua em direção à praia, sem dizer uma palavra, havia quiosques que nas tardes de domingo eram usados para fazer churrasco, não acharam nenhum vago, aquela noite, foram mais para o sul, em direção de uma praça, e transaram como nunca haviam feito antes, com muita intensidade, sem pudor algum, sem medo que alguém os encontrasse ou a polícia chegasse, para acabar com tudo inclusive com o sonho. Dormiram, enrolados em si mesmos, acordaram ao som das gaivotas mais chatas do mundo e com o início da movimentação dos carros na avenida. Então me diz onde é esse apartamento? e ele, Você esta vendo aquele prédio amarelo? é ali! , Por que não me contou antes?, Porque queria que fosse surpresa, Pode entrar a hora que tu quiser é nosso! Só nosso? Hmmm, na verdade um quarto é nosso. Legal, quem vai morar junto? Bem o apartamento tem três quarto, um será nosso, outro do Giovanni, o italiano aquele da festa de sábado, pode convidar a Melissa para morar com a gente e ficar com o outro quarto. É pode ser legal! Tu acha que vai dar certo nós assim tão juntos?, Alice perguntou um pouco enigmática, como costumava ser quando não tinha absoluta certeza do que estava falando. Vai sim!, ele respondeu rápido com aquela certeza, de quem faz as suas palavras serem as coisas mais verdadeiras do mundo, apesar se ser jovem de mais para saber de todas verdades do mundo. Ela sorriu, também queria muito que tudo aquilo desse certo. Ficaram parados, sentados e calados no meio fio da calçada da frente do pequeno edifício cor amarelo queimado, com janelas brancas e uma enorme porta de ferro como porta principal para o hall de entrada. Daniel, no fundo tinha certeza de que sua vida não seria nada fácil ali, com todas as contas e responsabilidades que viriam com sua decisão, mesmo dividindo com mais três pessoas, que até então eram apenas amigos. Alice sentiu uma felicidade imensa se sentiu feliz e viu ali naquele prédio construído nos de 1950 a possibilidade de uma família longe da sua família. Vamos!, disse ele quebrando o silêncio. Ela já tnão inha tanto medo dos relacionamentos, como antes.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

6º parágrafo

Formavam um casal bonito, mas causavam inveja. A cumplicidade entre eles era tamanha, que não passava desapercebida aos olhos agourentos de muitos que os cercavam. Entre Alice e Daniel, havia um abismo de vivencias devido aos sete anos que os separavam da maternidade. Eram felizes, existia uma química inegável, entre os dois era quase aparente, se alguém chegasse bem perto poderia ver as mudanças de cor, tais como em um tubo de ensaio. Precisavam de um lugar, e esta decisão, deveria ser tomada logo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

5ºparágrafo

Dormiam sempre com as pernas entrelaçadas, para esquentar os pés. Porém, costumavam fazer isto até nos dias mais quentes do verão, o que era muito estranho!

terça-feira, 12 de maio de 2009

4°parágrafo

Ela o conheceu, quando só queria uma coisa da vida, aproveitar. Apesar da diferença de idade e do abismo de vivências existentes. Ela de uma maneira tosca e ingênua o amou de verdade. Ela foi amada e admirada em todo pequeno gesto, em cada simples sorriso largo e sincero. Foi uma história que não poderia acontecer. Aquela não era a hora para nenhum dos dois. Pensava sempre com os seus botões, em quantas vezes teria que deixar para trás alguém, até perceber que aquela era a pessoa certa. Estavão longe, muito londe de onde haviam nascido e isto fez com que os laços se tornassem mais fortes e verdadeiros. Eram eles mesmos. De corpo e alma, entregues!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

3ºparágrafo

Alice tentava não odiar as coisas e as situações por mais difíceis que estas pareciam ser. Às vezes olhava para o passado, pensava que tudo havia valido a pena. Por muitas vezes queria estar bem longe, do lugar em que estava... Perdia os pensamentos por alguns segundos, enquanto estes vagavam pelo mundo. Era uma jovem mulher forte! Muitas vezes a sorte sorriu para ela. Outras tantas vezes ela que sorrio para sorte. O sorriso largo e o brilho no olhar, não deixava esconder que apesar dos pesares, ela era muito feliz. De qualquer maneira isto não existia mais. Sempre foi, do tipo de gente que acreditava nos outros de olhos fechados. Cada sinal, minimo gesto que fosse, era um abrir de portas para um novo sentimento ou um novo ponto de vista. Gênio forte, personalidade mais forte ainda!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

2º parágrafo

Era cinco horas da manhã de um dia de setembro, ela acorda de súbito, levanta-se em um salto e corre para o chuveiro. São os primeiros dias da primavera e os dias já começavam a raiar mais cedo, mas o banho é gelado, mesmo com o aquecedor funcionando, sempre fazia isso, no inverno gelado o banho era sempre com água fria. Já não interessava mais a que horas o dia iria raiar ou coisas deste tipo, dentro de quatro horas ela deveria estar mais uma vez dentro de um avião em uma viagem cansativa, num vôo de aproximadamente 20 horas, onde ela iria atravessar o Oceano Pacifico indo contra o fuso horário. O banho foi rápido, escovou os dentes, vestiu-se e colocou os chinelos dentro de uma das malas e deixou o velho moletom de dormir de estimação para trás. Alice queria estar em casa, mais que tudo nesta vida, era o único sentimento que tinha. Havia passado os três piores meses de sua vida, perto de pessoas maravilhosas, que lutavam por coisas banais, como a liberdade de serem quem realmente são, longe de tudo que mais amavam, criando novos vínculos e transformando os amigos e conhecidos em sua família. Da outra vez bebeu todas antes de partir. Dessa, teve que tomar uma atitude energética perante as circunstâncias. Mas não gritou como era de costume, apenas disse “se não vai pagar o que me deve, por favor, vá embora!” e foi assim que resolveu o seu problema. Perdeu duas centenas de dólares, mas jamais iria deixar um problema para trás, problemas não eram como roupas e tênis velhos. A outra menina, ainda tentou rebater e provocar das maneiras mais irônicas possíveis, mas ela ficou sentada dentro do closet vazio. Despedir-se da “família” sempre foi a parte mais difícil, mas ela tinha muita certeza do que queria e do rumo que iria dar a sua vida, assim que desembarca-se, que estivese em casa. Talvez o coração dela não tivesse esperança alguma, é verdade, mas sentia segurança assim como nunca tivera antes. Acreditava na sorte da vida! E pensava que aquele era o seu estado normal, que conter-se perante o mundo e acreditar era o seu novo posicionamento perante o mundo. Tinha agora ambições que se esquecera por algum tempo. Queria uma família. Queria um amor. Queria uma carreira de sucesso. Queria estudar mais e mais. Na verdade apenas queria os seus novos velhos planos de volta. Eram sete e meia da manhã, ela já havia rido muito com o motorista da sua shuttle que a levará até o aeroporto, um senhor italiano, imigrante, muito bem humorado. Oito horas, já havia feito o check in e passara pela imigração, ficou esperando o embarque, sentada em um sagão cheio, olhou para o telefone e não conseguiu resistir. Telefonou mais uma vez, mas ninguém atendeu. Ela respirou fundo e pensou em tudo o queria dizer caso ele atendesse. Mas acabou por engolir cada palavra em pensamento. Pois, sabia que não seriam as melhores. Aquelas palavras eram parte de uma Alice que não habitava mais aquele corpo, eram ásperas e duras. Agora ela tinha medo de ferir, um medo que nunca tivera.

1º parágrafo

Ela era tão acostumada a ser sozinha, já havia aberto mão de todas as coisas para ir embora. E criar outra vida, tinha esperanças de reencontrar-se em um lugar muito longe ao que nascera. De alguma forma ela queria fugir de todas as coisas que foram, sem ser em sua vida. Fugir naquele momento parecia a única coisa sensata a se fazer. Já não tinha ilusões sobre a vida e sabia exatamente como o mundo lhe engole quando não se provem de ambições claras. De alguma forma só queria mais uma chance para recriar-se, ser livre e para voltar a amar, sem medo de machucar-se. Mil e uma idéias rodeavam aquela cabecinha, ela tinha tudo planejado, de como seria e como faria para realizar tudo neste novo lugar. Tinha finalmente a chance de voltar para aquele lugar que amava. Lá, a liberdade era presa a responsabilidade de ser sozinha. Cada centavo ganho a levaria a algum lugar diferente do mundo e a presentearia com um luxo bobo. Enquanto planejava tudo dentro de sua cabeça (às vezes anotava em algum papelzinho, que quase sempre era extraviado naquela imensa bolsa vermelha, que à acompanhava fielmente desde os tempos da faculdade), não conseguia esquecer-se dos motivos que a trouxeram de volta no passado. Havia vivido no limbo durante um ano e alguns meses, isto lhe parecia a eternidade. Carregava dentro de si todas as incertezas de um coração machucado. Dentro desta escuridão só conseguia ver a si mesma, sem se doar, sem dividir, sem se importar e começava a se desligar das pessoas. Procurou a Deus, da maneira que sua mãe a ensinara, sem nunca deixar de contestar. Os planos, só seriam quebrados diante da promessa de novas perspectivas em seu lugar, talvez uma volta ao plano de volta. Tinha fé que as coisas se ajeitariam, onde quer que ela estivesse.